sábado, 7 de novembro de 2009

Eram todas as vezes...

Era uma certa das várias vezes...

Longe, muito longe daqui, em uma terra aonde os sonhos ainda eram levados a sério, existia um Cavaleiro.

Honrado, humilde, bravo, forte e destemido. Este Cavaleiro fazia sua vida seu escudo, defendia o que achava certo. Sua vida era tão preciosa quanto a que protegia.

Este Cavaleiro possuía um tesouro inestimável. Guardava junto de si para protegê-lo.
Por onde passava, lendas sondavam seu precioso tesouro, e em cada lugar que passava, as pessoas fantasiavam e sonhavam em possuí-lo.

Mas o Cavaleiro era muito respeitado, pois este protegia quem mais precisava. Um Cavaleiro apaixonado, lutava pelo amor e liberdade. De fato, incrível.

Mas seu segredo era mais incrível que seu escudo. Ele tinha essa aparência mitificada, mas por trás da máscara, ele tinha medo. Medo de não conseguir. Medo de estar mentindo. Medo de machucar. Seu âmago era proteger, mas ele mesmo não conseguia protegê-lo.

Certo dia, quando este Cavaleiro ajudava uma vila próxima ao mar, soube por alguns camponeses que uma princesa de um feudo próximo havia sido sequestrada em troca de seu tesouro. Eles estavam usando a boa fé e o coração do cavaleiro contra ele.

Seguindo seu código de honra, fora de imediato ao resgate da princesa. Essa sempre fora sua natureza.

Aonde devia estar um castelo, havia uma pequena cabana. Sua dúvida não lhe abalou. Brandava seu escudo e a espada suavemente. Passo a passo, se aproximou. O vento o desafiava em cada sopro. O Sol havia se retirado para as nuvens, com medo de presenciar o pior. Os animais e insetos não faziam mais barulho. Um bater de asas alertou o cavaleiro; uma coruja, sob a cabana, chamou sua atenção com seus grandes olhos amarelos. Ele sabia o que eles significavam, já havia sonhado com eles antes.

Lentamente, se aproximou da cabana, com a cautela de sua vida. Ouviu então, gemidos fracos e sofridos, do que parecia ser uma humana.

Se apressou e abriu a porta da cabana.

Dentro, pode observar uma cadeira quebrada, o assoalho destruído pelo tempo, um pequeno baú prateado sob um banquinho de madeira. Restos de tochas e cinzas no chão, junto com uma poça de sangue. Percebera então, algemada na parede de madeira, uma jovem, com um lindo vestido, presa a grilhões pelos braços. Parecia estar consciente, pelos gemidos.

Rapidamente começou a retirar os grilhões da pobre moça.

-"Não se preocupe minha dama. Te levarei em segurança ao seu pai. Está tudo bem agora."

Semanas antes, antes mesmo do Cavaleiro chegar a vila, em um feudo próximo se espalharam as lendas sobre o seu tesouro. Elas ficavam cada vez mais fantasiosas e mágicas, como se o tesouro do Cavaleiro pudesse deixar quem o tocasse incrívelmente rico e poderoso. O dono do feudo, por conhecer bem o Cavaleiro do passado, pediu que cessassem estes boatos infundados imediatamente.

Mas alguém no feudo havia ficado incrívelmente tentado a possuir este tesouro. Sonhava hà muito com esse tipo de poder, essa liberdade de sentir o poder ilimitado.

Enquanto o Cavaleiro terminava de cerrar os grilhões, sentiu então algo ardendo muito próximo a seu pescoço. A dor era insuportável, maligna e possessiva, estava corroendo o corpo do cavaleiro. Se virou para alcançar a sua espada e contra atacar o que lhe afligia, queria salvar a Dama sobre sua vida.

Nada. Ninguém. Não existia nada que lhe pudesse fazer mal atrás dele.

Súbitamente, em suas costas, sentiu sua armadura lhe falhar. Uma adaga penetrou sua escápula como manteiga. Agora ele sabia quem estava a lhe atacar.

- "Seu tesouro é meu."

Foram as útlimas palavras que ouviu do mundo dos vivos, da própria dama que jurou proteger com a vida.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Para ti, Lua

Essa noite me encontro tão sóbrio; 

 Nada me faz temer... 

 Tenho os olhos voltados a minha completa satisfação, no alto deste céu marcado... 

 Meus braços fracos e pesados, as pernas cansadas e frágeis, suportando uma mente em incógita...

 Devaneios que entram e saem, borboletas de rara beleza, guiam meu olhar e me preenchem com a felicidade ilusória... 

 Minha noiva és tu, Lua! 

 Minha vida pertence a ti, leva-a! 

 Pouco ainda mantém meus pés firmes e passos largos nessa terra que eu também amo... 

 A mente me aplica truques e se acostuma a dores que eu não tenho mais que suportar. Meu coração é por si, me ignora e parte para a guerra com tudo que eu não posso mais oferecer. 

 Meus ossos são a moldura do que um dia fui, pertencem mais as profundezas do que a mim. 

 Meus olhos, que agora te refletem, esperam apenas o momento apropriado para se fecharem para sempre... 

 Por que sim, Eu te amo Lua. 


 Eu te amo para sempre.