Sempre soube que seria capaz de mais, de realizar algo grande.
Mas para que isso fosse feito, eu precisava de um motivo. De uma razão. Algo pelo qual valesse a pena lutar.
Mas, o que, neste mundo vazio, habitado por seres arrogantes e egoístas, me despertaria tal sentimento?
Hoje, sei que fico pasmo com a vasta gama de possibilidades. Sentimentos e emoções que são incrivelmente amplos e completos, que conseguem saciar perfeitamente essa sede.
Mas mesmo assim, como parte deste grupo de parasitas, me sinto obrigado a não me sentir saciado. Sempre há de faltar algo, lá no fundo, aonde o amor e a alegria da vida não conseguem penetrar.
Este lugar, neutro por natureza, sem tendências, sem medo, sem nada.
Ele existe para provar tudo o que pode ser oferecido neste mundo.
E foi vagando por este vale, onde cruéis Deuses me habitam, onde encontrei você.
Por quê, logo dentro de mim, em um lugar tão desolado, encontrei-me com a única coisa que pode me derrotar?
Meu escudo poderia te proteger das maiores atrocidades deste universo, das maiores dores, da maior solidão.
Um fiél fantoche, pronto para servir e ser reconhecido como tal. Sem honra, sem orgulho. A minha vida pela sua.
Mas para quê possuir tamanho poder, se contra teu olhar ele não me vale? Com o negar dos seus lábios me jogo a um abismo infinito de dor desconhecida, de emoções que renego.
Despertam dentro de mim vozes e objetos que preferia inexistir a conviver.
Mas resisto, pois ainda te vejo em qualquer lugar.
As revoluções que causa em mim são tantas, que mau me enxergo.
"Cego de emoções, esqueci o que era voar." Esqueci o que era proteger. Sem você lá, para que serve meu escudo? Meu brasão?
Meu coração? meu amor?
Abandonado em meio a um deserto árido, vago.
Só.
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