sexta-feira, 8 de outubro de 2021
consequência
sábado, 2 de outubro de 2021
De volta as cinzas
Eu não vejo mais, as horas iguais.
Meu tempo parou, o sangue como mogno dentro do corpo, agora gelado.
Sem ritmo, timbre ou melodia. Cada passo um osso quebrado. Cada suspiro, poeira de vidro.
Se antes eu não sabia o que fazer, o que me resta agora? Se desconhecer o caminho invisível já era dolorido, agora sem nem mais vontade de caminhar, para onde eu vou olhar?
As ondas começaram tarde. As vozes nunca mais se calaram na minha cabeça. Todos gritos, desconjuntes, ilógicos, amargos e urgentes. O conhecido processo de ignorância permeia numa névoa que parece querer nunca mais dissipar.
Eu não terei forças pra navegar essa tempestade. O corpo dói sem esforço. O que me foi retirado sustentava todo o processo. Não existe mais nada aqui dentro.
Eu não vejo mais, as horas iguais.