Quando eu fechei o portão e me preparei pra dar o segundo ou terceiro passo, eu parei. Muito rapidamente meu cérebro me disse que eu havia esquecido algo. Eu fechei minha mão direita e senti falta do atrito. Um milésimo de segundo de culpa depois, o alívio veio. Eu não precisava me preocupar mais com isso, e já faz um bom tempo que vivo assim.
As vezes eu me surpreendo com a capacidade do meu cérebro de lembrar coisas e sentir falta de pequenos detalhes que eu já forcei que fossem apagados. É incrível como a sensação vem crua, fortíssima, pra no mesmo instante ir embora.
Eu me peguei sorrindo, pensando nos bons momentos, mas passou rápido. O veneno da nostalgia é doce, mas eu sei bem o que acontece quando ele preenche as fissuras da minha alma. Temos todos textos explicando como a areia foi embora e agora eu estou cheio de muita coisa mas nada demais.
Eu fechei a mão e me forcei mais uma vez a lembrar, de que eu não tenho nada lá.
Eu não preciso sentir isso.
E eu me pergunto se você vai demorar a aparecer.
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