sábado, 6 de dezembro de 2025

Cru

 Esse vai na língua mãe mesmo

Raiva, raiva seca, raiva íntima, raiva nojenta

Muita raiva

Amarga, ácida, revoltante

Minha, infinitesimalmente minha

Um âmago torto, vontade minguante

Mas o que me estressa e tira o sono, é essa ironia disfarçada de alegria

Essa energia caótica com um rumo desenfreado

Esquisito toda vida, floresta a dentro, soslaio detrás da árvore 

Eu aquaplanei, pelo amor de deus

Quase fui de base

E gargalhei, ri até ficar sem ar, chorei de absoluta loucura

Cantei! Gritei!

Você me vem no fogo cruzado, 

Numa incapacidade de sofrer só 

Novamente numa vontade de aquecer 

Acolher, permear, abraçar

Mas por quê tem que ser tão difícil?

Por quê isso o que me aperta, não sana com nada

Nas armadilhas das paredes que eu mesmo 

Nos seus olhos embargados, nas lágrimas sujas de rímel e amargas da maquiagem

Olha a volta que eu dei, onde eu estive

Essa memória que explodiu do pré sal da minha alma

Minha psiquê, já em frangalhos, ainda colando os cacos da razão, todos tortos, opacos

Rachados mais que existentes

Mais buraco do que matéria 

A inveja, meu deus!

Que inveja odiosa

Que sensação monstruosa, roteiro de ficção 

Dramalhão banana

Quando eu disse aquelas palavras, meu mundo era tão diferente

A tradução agora é quase alienígena

Sentimentos que não existem mais, incapazes de se fazer vivos

E de todo meu pudor exposto, meu coração bélico 

O sorriso amarelo, a vergonha por trás da negação velada

Um golpe final desesperado, que falha crítica 

Quando a última carta não é suficiente, quando a força desiste

Como podemos nos recuperar? 

Como sacudir a poeira e seguir ainda, com toda dor, todas as dúvidas 

Talvez eu tenha perdido ele ali

E de alguma forma inconcebível, de propósito 

Esquecida por trás do trauma

Recuperada das profundezas por essa raiva 

Obcena

Eu te esqueci, de todas as formas

Você não existe, não da forma que as pessoas acham que eu me lembro

Mas esse sentimento que a raiva trouxe 

Essa memória que invadiu a cavidade e quase, quase expulsou ele de lá 

Foi o golpe mais baixo que eu me dei esse fim de ano

Que o seu sorriso, seja essa bandeira odiosa

E que essa raiva cínica continue me abastecendo 

A vontade que vem é de viver, de atropelar

Eu continuo rindo do abismo

Às vezes, chutando essa calma

Às vezes, preocupado

Que venha essa tsunami

Expedition 37

sexta-feira, 21 de novembro de 2025

Buraco

-English version below-

Está atrasado, mas não tem problema, sei que meu público cativo é bem paciente e nem liga se eu não cumpro minhas promessas literárias. Eu já contei isso aqui no "bad place", mas além de atualizar pro bsky e pro blog, vou contar também o que aconteceu no dia 31 de outubro de 2024.

Eu como sempre estava trabalhando demais, planejando de menos, e nem entendendo a vida ao meu redor. Precisava ir pra Caeté, e porquê não ir depois do vôlei, numa quarta feira? 23 horas e alguns minutos. Mala pronta, equipamento pronto, só ir. 100% piloto automático.

O volume do som bastante alto, músicas com letras bem cantantes, energia lá em cima, meia noite. Dia 31 de outubro. Chegando na estrada de sabará. E só ali caiu a ficha. Só ali eu percebi a noite. Só ali eu lembrei do porquê eu não gosto de viajar a noite nesta estrada. Só ali.

No intervalo das músicas, o silêncio ensurdecedor da estrada, o pneu no asfalto, os buracos, minha voz fraca cantarolando qualquer coisa, e tudo o que mais eu conseguia ver na beira da estrada, no banco de trás, no retrovisor, nas sombras e na luz, as vozes, os arrepios, os vultos, os toques;

Antes de prosseguir, preciso contar o que aconteceu a dois anos atrás, quando eu também "esqueci" do porquê eu não viajo a noite; muitos de vocês não sabem, mas à alguns anos, na estrada entre Sabará e Belo Horizonte, minha barra de direção quebrou e meu carro caiu de um barranco. 40 metros rolando.

Estava sozinho no carro, que deu perda total; o teto do lado do passageiro chegou a afundar no banco, só o lado do motorista tinha algum espaço. Alguns de vocês sabem que deste acidente eu levei apenas 3 pontos na cabeça e escoriações leves. Nem atestado o médico desquerido quis me dar.

Eu fui socorrido muito rápido pq um transeunte de um coração gigante viu meu carro caindo, prontamente desceu do carro dele e foi me socorrer. Nenhum de vocês sabia que depois do acidente, eu estava com fobia de dirigir. Entrar em um carro me dava ansiedade. O movimento do carro me dava pânico.

Por alguns dias eu achei que não conseguiria pegar num volante denovo, me dava vertigem e uma reação intensa de medo, até como passageiro.

No terceiro dia depois do acidente, eu tive a oportunidade de dirigir, e eu até hoje não sei o que me convenceu, se foi minha vontade, minha ignorância, mas eu tinha uma certeza: se eu não dirigisse aquele dia, eu não entraria em um carro nunca mais, para nada.

Por conta desse tratamento de choque, voltei a dirigir como se nada tivesse acontecido. Nas vezes seguintes que fui pra Caeté, como passageiro, eu reparei em uma sensação completamente alienígena até então: eu estava sentindo, fisicamente, o local do acidente.

Agora as coisas ficam um pouco estranhas, mas tente entender meu lado: quando eu passei a primeira vez no local do acidente, eu me senti sendo puxado pro buraco. Nada drástico, nada forte; um sopro; uma teia de seda que afetava meu coração, em direção ao buraco.

Quando, outras vezes, dormindo no carro ou apenas de olhos fechados, eu conseguia saber exatamente onde eu tinha caído, comecei uma jornada para montar justificativas completamente racionais, factuais e plausíveis pra isso acontecer: Ansiedade, medo, trauma. Meu corpo ficou um bagaço pós acidente.

Mas, meses depois, lá estava eu, dirigindo, sozinho, me aproximando do local. A sensação de puxar veio mais forte do que nunca, e com o coração saindo pela boca, eu ouvi, por cima da música no volume máximo, por cima das minhas lágrimas, eu OUVI: "você devia ter ficado aqui."

Senti a minha mão com medo de tocar o volante, o receio do meu pé em acelerar, a rapidez do meu cérebro para interpretar que aquilo era nada, não existia voz do abismo, era meu trauma encarnado, dor do acidente, loucura. E com isso, segui. Desde então, era isso, trancado na gaveta.

A negação tomou conta. Não foi nada, não era nada, nunca foi nada. É medo. É ansiedade. É psicológico. Trauma.

Claro que depois disso, perdi o costume de viajar pra Caeté de noite, também devido a outros fatores. Das vezes que o fiz, nunca mais sozinho. Até que, cerca de 2 meses atrás, eu viajei sozinho pra Caeté, ás 23h.

Fazem uns bons anos do acidente. Talvez uns 7. A estrada não tem iluminação por uma boa parte. Conheço a estrada como a palma da mão, e com o mapa que o barranco marcou no meu corpo.

Quando eu me aproximei do local, tudo veio a tona de uma vez, de forma bem crua. Parece que o machucado da alma não fecha mesmo. De alguma forma, eu estava preparado; já tinha passado por isso. Eu não ia me deixar abalar por sandice, por mais que o palhaço (eu) já esteja maluco a um bom tempo.

Quando eu digo pra vocês que eu senti o tempo passar devagar, é porquê eu senti. Quando eu ouvi meu som no máximo ficar em silênio, é porquê eu ouvi. Quando eu senti o volante ficar gelado nas minhas mãos, é porquê ele estava.

Mas que quando eu fiz a fatídica curva, que eu vi uma silhueta humana, bem apagada, um braço apontando pro buraco, uma face sem rosto, por um instante, eu não consigo te dizer se vi.

Porquê eu não tive coragem de olhar uma segunda vez.

Em uma das visitas pós acidente, um conhecido disse que aquele terreno (onde eu caí) era meu, tinha meu nome e sangue. Rindo, piada, já que eu não morri, ríamos da minha sorte. E agora eu penso nisso, constantemente. O que é que ainda é meu, e o que é que eu deixei ali?

E esse é o fim da história de dois anos atrás. Se eu disse que eu ainda não penso no meu terreno eu estaria mentindo, e muito. De dia, eu sempre aceno ao buraco. Mas esse dia das bruxas, eu esqueci. Eu não consigo calcular, como, de que forma, eu pude esquecer.

Dessa vez, a viagem foi amarga. Não foi rápida. Eu não senti mais só o buraco. O stress pela estrada inteira. As músicas embaralhadas em uma cacofonia sem sentido, o stress do meu corpo ao máximo, os sons da estrada se misturando e alternando.

Meus devaneios foram sobre a fé, e o quão nossa mente consegue transformar em realidade nossos caprichos. Se eu acreditar muito forte em alguma coisa, aquilo vai se tornar realidade? O medo, quando descontrolado, tira os limites, tira o bom senso, faz de rascunhos um terror completo.

Corpos na estrada, bruxas nas árvores, sussuros no pé do ouvido. As curvas que pendem mais pra um lado, o freio que as vezes engasga, a aceleração que as vezes não vem. Uma lua que desaparece nos céus.  Digo com tranquilidade que essa foi a pior viagem que eu já fiz.

Mas a escolha que eu fiz, nesse pós, foi não dar voz a minha loucura. Eu não vi nada, não ouvi nada, não senti nada. São todos moinhos, meus dragões. Mas agora, eu me tatuei. Eu não viajo a noite por esta estrada mais. Eu volto aqui quando eu esquecer.

RIP sapo que se jogou embaixo da minha roda, peço desculpas, e que você me perdoe do céu dos Sapos.

_____

"Hole"

I'm late, but it's no problem, I know my loyal audience is very patient and doesn't even mind if I don't keep my literary promises. I've already shared this here on the "bad place," but in addition to updating on Bsky and on the blog, I'll also tell what happened on October 31st, 2024.

As always, I was working too much, planning too little, and not even understanding the life around me. I needed to go to Caeté, and why not go after volleyball practice, on a Wednesday night? 11:00 PM and a few minutes. Bags packed, equipment ready, go go go. 100% on autopilot.

The volume of the music was pretty high, songs with very singalong lyrics, energy through the roof, midnight. October 31st. Arriving on the Sabará road. And it was right there that it hit me. Only there did I realize the night. Only there did I remember why I don't like driving at night on this road. Only there.

In the intervals between songs, the deafening silence of the road, the tire on the asphalt, the potholes, my weak voice humming something, and everything else I could see on the roadside, in the back seat, in the rearview mirror, in the shadows and in the light, the voices, the chills, the figures, the touches;

Before continuing, I need to tell what happened two years ago, when I also "forgot" why I don't travel at night; many of you don't know, but some 7 years ago, on the road between Sabará and Belo Horizonte, my steering bar broke and my car fell down a ravine, tumbling 40 meters. 

I was alone in the car, which full wrecked; the roof on the passenger side actually caved onto the seat, only the driver's side had any space. Some of you know that from this accident I only got 3 stitches on my head and minor scrapes, because of all the broken glass.

The doctor didn't even give me a medical leave. I was helped very quickly because a passerby with a huge heart saw my car falling, promptly got out of his car, and went to help me; 

None of you knew that, after the accident, I had developed a deep fear of driving. Getting into a car made me anxious. The movement of the car gave me panic. 

For a few days, I thought I would never be able to take the wheel again; it made me dizzy and caused an intense rejection, even as a passenger. On the third day after the accident, I had the opportunity to drive, and to this day I don’t know what convinced me, whether it was my will or my ignorance but I was certain of one thing: if I didn’t drive that day, I would never get into a car again, for anything. 

Because of this shock treatment, I returned to driving as if nothing had happened. On the following trips to Caeté, as a passenger, I noticed a feeling that was completely foreign to me until then: I was physically sensing the place of the accident. The hole.

Now things get a little strange, but DO try to understand me: when I went to the accident site for the first time, I felt myself being pulled towards the hole. Nothing drastic, nothing strong; a breeze; a silk thread that tugged on my heart, pulling me towards the hole. 

Later, other times, sleeping in the car, or just with my eyes closed, I could tell exactly where I had fallen; and I began a spiritual journey to come up with a completely rational, factual, and plausible explanation for it happening: Anxiety, fear, trauma. 

My body was BUSTED after the accident. But months later, there I was, driving alone, approaching the site. The pulling sensation came stronger than ever, and with my heart pounding, I heard, over the music at maximum volume, over my tears, I HEARD: "you should have stayed here."

I felt my hands afraid to touch the steering wheel, my foot hesitant to accelerate, the speed of my brain trying to interpret that it was nothing, that there was no voice from the abyss, it was my trauma embodied, the pain from the accident, madness. And with that, I went on. Since then, that was it, locked away in the mind drawer. 

Denial took over. "It was nothing, it was never anything, it was never real". It's fear. It's anxiety. It's psychological trauma. 

Of course, after that, I lost the habit of traveling to Caeté at night, also due to other factors. The few times I did go, I wasvnever alone. Until about 2 months ago.

It’s been many years since the accident. The road is unlit for a good stretch. I know the road like the back of my hand, and with the map that the hole left on my body. 

When I got close to the place, everything came flooding back at once, in a very, very raw way. It seems the wound in the soul never really healed. Somehow, I was prepared; I had already been through this.
I wasn't going to let myself be shaken by foolishness, even though the clown (me) has been crazy for quite awhile. 

When I tell you that I felt time pass slowly, it's because I really did. When I heard my music blasting into silence, it's because it did. When I felt the steering wheel turn cold in my hands, it's because it did. 

But when I took that fateful turn, and I saw a faceless human silhouette, faint, an arm pointing towards the hole; I can't tell you if I really saw it. 

Because I didn't have the courage to look a second time. 

During one of the post-accident visits, an acquaintance said that that land (where I fell) was mine, had my name and blood on it. Laughing, as a joke, since I didn't die, we laughed about my luck. And now I think about it constantly. What still belongs to me, and what did I left there? 

That is the end of the story from two years ago. If I said I still don't think about my land, I would be lying, badly. During the day, I always wave at the hole. But this Halloween, I forgot. I can't figure out how, in what way, I could have forgotten. 

This time, the trip was bitter. It wasn't quick. I no longer only felt the emptiness. The stress throughout the whole road. The songs mixed into a senseless cacophony, my body stressed to the maximum, the sounds of the road merging and alternating. 

My daydreams were about faith, and how our mind can turn our whims into reality. If I believe in something strongly enough, will it become real? Fear, when uncontrolled, removes boundaries, removes common sense, turns drafts into complete horror. 

Bodies on the road, witches in the trees, whispers in the ear. Curves that lean more to one side, brakes that sometimes choke, acceleration that sometimes doesn't come. A moon that disappears in the sky. I can say calmly that this was the worst trip I've ever taken. 

But the choice I made afterwards was not to give voice to my madness. I didn't see anything, didn't hear anything, didn't feel anything. They're all windmills, my dragons. But now, I got a soul scar. I don't travel this road at night anymore. I come back here when I forget. 

RIP toad who threw himself under my wheel, I apologize, and may you forgive me from the Toads' heaven.


terça-feira, 7 de outubro de 2025

It was not a nightmare

 I really don't think it was

I've been having nightmares for a super while

it got so stale, I almost had no reactions to it

just sadness and conformity


but then, something changed

Your cloud passed, I dare say

There was light

fullfilling, warm, bright light

I was filthy, with mud, salt, moondirt

But I was not limping on the desert, or the sea

I was walking forward, really walking

really moving

and I cried so much

I cried waterfalls

and the weight was dispersing

and I felt so relieved

so much relief

after some time, I was smiling

genuinely, which is almost absurd

what dimension is this

I woke with tears on my face

the taste in my mouth

but my heart was beating so strongly

I finally think I found it

it came back

and I laughed until I slept again

I will dare hope and will dare dream

It seems I still had some coins hidden 

in the back pocket

quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Here it is

 For here are my tears

not for any of you, but for all to see

I got used to being bare, to show way more than I should

or could, being honest

The things I'm missing the most, grasping for straws

on whatever bytes, whatever resemblance of connection

for here, beside my tears

lie my naked heart


My courage, was yet again

met with silence, and disdain

My whole world, for a direct and simple no

a reason, a phrase, a why

but please, take me away from this silence

that pierces my mind, and deafens my soul


I'm building sandcastles

with all my might. My whole being

I'm trying, again and again

I'm choosing to do this, to hurt myself, to step forward

again and again


And reason is, yet again

doubling down, laughing

how can one be so gullible, hopeful

I am so hurt

I feel too much


Each day, I'm coming to terms

maybe love was really not for me

I'm one of those, really, really unlovable types 

on pure face value, not a word out of my mouth, not a definition read by what I've written

worthless, at face value

It's the funniest thing


I don't know anything about you

but I am perfectly sure 

you should be gone



quarta-feira, 11 de junho de 2025

03:15 am

My little warrior

You have fought bravely, fiercely

Your blood marks this ground, tell us tales

Your buried bones, more moon than dreams

Rest

Mind your head, your heart, my lap

Save your smiles for when we wake

Cool your anger with my cold stare

You are, hollow, are you not?

Let my lips fill your lie

Praise your face, for not showing

Thank your eyes, for this contempt

Rest well, my love

At sunrise we battle again

In this crowded sea of solitude

With renewed spirit

Your tired, destroyed body

Aged and torn between the lines.

Morrow comes with eternal goodbyes

Don't fight this remembrance

Try to think of it fondly

For I have already

Forgotten

quarta-feira, 30 de abril de 2025

Decisions decisions decisions

 I have been sad for the longest time

In this state, I am easily manipulated

by my feelings, by my heart, by my ego

especially the ego

the delusions never end

every waking moment, I am thinking, I am stalling, I am regretting

by three they come, by three they nest

My foundation is cemented on lies, fear, weakness

and this was before

I woke today

inside a train of dreams

I decided, not anymore

I do not want to feel like this

now, come closer, quickly, lend me your ear just for this one

again

I do not. Want. To suffer this. Again.

I feel too much, and that also contains the negatives

I am repulsed now, for how I behaved, how I felt

I want to try reality again

even if its way later than I should, even if it won't work anymore

even pain, if real, is better than these dreams

Nightmares

I jumped

Abyss laughed, and hugged me

I'm hoping for blindness and numbness

for as long as I fall

quarta-feira, 23 de abril de 2025

This is for you, yes

 This is yours

This turbulence you cause, this decompression

the popping in my inner ears, the strain on my heart muscle

the pain in my chest, the burning in my lungs

all yours

I am a vessel fitting for your contempt and indifference

your inattentive and short dismissals 

fake smiles and sad eyes, looking for the real treasure

I can blind you briefly with a diamond or two

and no matter if those are all I have, they buy me my happiness

short lived, fake, impossible to reproduce

I'm full of this vibration, this weird feeling

and unfortunately it washes over me like a bucketful 

and when I'm dry, my hunger yearns for more, always more

broken, bent and confused

still smiling

I'm really happy that you are here

I can make the fake heart work for a while with this

Time will pass and I will forget, just like you won't remember me three minutes from now

maybe like, 80 more days for me

singing and dancing, to the moon and back

I really love you

kill me now 

quarta-feira, 16 de abril de 2025

Dreams

 I am inside this spiral again. I don't know what happened. I never know what is happening. Around me, inside me. When I try to pinpoint when or how this change happened, I just feel this loss. My brain has long since failed me. I can't remember things no more. Nothing sticks. I am a walking chalk board, losing progress as I go, losing memories, feelings, important living stuff. Words fail me, situations confound me, reactions scare me. I live, less and less, on this planet. I am at a low point. Thought I was not going to be here for a while. Every time a high happens, the lows still surprise me. The highs are becoming faster now, and the lows are becoming constant. Of all the things I ever did to try and escape the lows, this time is when I am choosing to do the least. Every time a thought appears, that maybe tries to shine some hope on what I should do, or where I should go, I shun it. My batteries are getting empty, and charging is becoming impossible. Life as it is, does not appeal to me anymore. I am broken on so many places, my insides are just sharp edges and old blood. I am unable to see, or to seek, more than this. I am scared. I am frightened. What if this is it? What if my heart finally gets tired of being scared? Who I am doing this for, because clearly, it is not for me. I barely am, as it is. Less than few specks of dust. I feel bad, but I have no way out. I can't see forward. Heart is heavy on this words, but as I type, nothing changes. I am not relieving myself by exposing this dark matter anymore. What worked before, it's just not doing it again. I'm still treading this frozen lake, and I feel that on every crack, the ice is the thinnest I've ever walked. I feel like I gave up ages ago, but kept walking. Going somewhere, trying to find the smallest of resting places. I am done. I don't want to walk anymore. Just cut the ropes, puppeteer, please. This doll has had more then its share of enough.  

quarta-feira, 9 de abril de 2025

Waterfall

 I am leaking

my heart is full

after all, a hollow can hold up infinite souls inside their void

full of nothingness, bitterness, fear, delusion, disappointment

every waking moment has been this nightmare, still

I am awake, this is happening; I am feeling this

reminder; pain; reminder; pain; reminder; pain

I am trying not to go there, not to think over there

I have been unsuccessful

when I am not writing, I am leaking this emotions, wild and hurtful

in a spiral bloodlust that demands answers I don't even have the questions to

You are in the middle of it, of course

I put you there. 

I needed a target, a reason, a motive

and its a weak one, I must confess

all this blind wanting, all these illusions, everything that is piercing my core

If I let them, my fingers will write until I die

I leak words, and I have been overflowing for a while

this bitter sensation is awful, it presses against my throat, bangs against my neck

screams: let me out, let me go, unhand me

where would I let you go? to whose deaf ears would you cry to

My self is dry. I am parched. Stardust, specks of recognition, humiliation

this ugly jealousy

of what, what for, who for

I am

a walking corpse

too lazy to be someone

too proud to become nothing

too eager to finish this race

longing for love, touch, forgiveness

wanting to be needed

fleeting kindness

smallest of blessings

"...into your darkness we all fall..."


terça-feira, 8 de abril de 2025

What do I do with this?

 I have this now

I have no idea what to do with this

its useless to me, or anyone for that matter

it just hurts, it constricts my heart, my chest feels like exploding any minute now

but it doesn't 

reality checks it in place, but the feeling is still there, I just have to focus on anywhere else, for an instant

my chest tightens, I lose all my air, I think of your voice and everything tumbles around

churns and sinks and questions, why why how again what how why why why

I was not made to be normal

was not made to love normally 

I have been so empty that drops fill me

and I wanna drown on those drops, die on them

I would march this desert for days, weeks, months

for your smile

the tiniest bit of your attention, one 'I missed you'

you are not real

why does my heart makes it so

I am alone in this

why do I have to feel this way

I don't deserve a speck of happiness

I don't deserve this at all

I am unbecoming of being human

I can't function properly

I simply am not able to live 

normally

I am trying to discharge this feelings, relief my heart, I am suffocating, coughing, my lungs are full of rage, hate, delusion and escapism

para for what, para for who, para when

One of these days, something will happen, something has to break, so much sand will leak, I'll flood the outside of my universe

but for now, I have to keep going like this

a step, a heartbeat; suffocating, exploding, drowning

I think, and I am pretty sure, I would've loved the hell out of you

I don't know how to be less

never learned how

but I could not care for this package, as you just wished I did

sábado, 22 de março de 2025

Melancolia

 Hoje eu vi no tiktok, nossa melhor fonte de conhecimento atualmente, que melancólicos são pessoas que demoram muito pra digerir emoções. Pessoas que sentem demais, e por isso, o ambiente em que vivem é absorvido de uma forma atípica. 

Eu me identifiquei bem. Eu choro muito fácil, mas não é pq eu sou manteiga derretida, é pq realmente, quando a emoção bate e eu me perco ali na digestão, tudo sai pelo olho. Hoje em dia eu ando tão cheio que tudo me transborda. E lembrar de uma cena triste, é ver uma história triste, uma emoção forte, um esforço forte, tudo me leva as lágrimas. Claramente isso não é normal. Chorar assim não é normal. E eu poderia falar que é por pouca coisa, q eu choro por bobagem, mas não. Meu coração infla, o peito aperta, a lágrima é um alívio pra uma coisa que eu não consigo, realmente, literalmente, digerir. Eu não sei interpretar aquela emoção de outra forma a não ser o choro. E se eu choro ali, eu posso ter a certeza que vou ficar remoendo o que quer que seja, por muito tempo.

Pelo que eu escrevo aqui, dá pra ver claramente o quão quebrado emocionamente eu sou, mas eu fico pensando muito, aonde isso começou? Onde foi que meu termômetro estragou, que meu estômago de emoções parou de funcionar? 

A depressão me veio silenciosa e mortífera. Quando eu percebi que estava me isolando, não queria conversar nem fazer nada, só deitar e me deixar apodrecer, quase foi muito tarde. E nessa fossa, eu tomei muitos chutes simultâneos na costela, pra eu lembrar sempre que tudo pode piorar. Eu literalmente perdi minha vida, tudo mudou, a forma de viver, de interagir, de existir. De um dia pro outro nada era a mesma coisa, e tudo era amargo e afiado. 

Mas caindo no poço ainda, quando eu não tinha idéia das paredes que velozmente me cercavam e me enterravam na terra, eu reconheço bem dois chutes: Dark souls e O aprendiz de assasssino; Robin Hobb, eu nunca vou te perdoar pelo que você me fez pensar. 

Começando por Dark souls, em um gameplay extremamente longe de ser divertido com meus até então amigos, eu me peguei entalado com alguns pontos que claramente eu não digeri até hoje. Dark souls trata, e eu vou tentar falar sobre isso aqui bastante superficialmente e na minha visão pessoal, sobre como a falta de propósito destrói nossa alma. 

Desde o primeiro momento de entendimento, quando nosso personagem vê isso acontecendo com as pessoas ao redor, aquilo me amargurou pra sempre, ouso dizer. A história é escrita pra isso, claro, tudo é orquestrado pra que te afete da mesma forma, assim como todo entretenimento, mas é aí que a minha melancolia rouba a cena: Eu não consigo só aceitar e seguir em frente, eu não consigo só permitir que aquilo seja daquela forma: eu me coloco no lugar, imagino os momentos de dor, absorvo e vivo esses momentos de dor, expando a sensação pra além dos pixels, no âmago da minha existência: Eu sou Laurentius, eu fiquei triste por eu ter te ensinado piromancia, e você ter ficado mais hábil nela do que eu em décadas, e a frustração de não conseguir alcançar seus feitos, me fez literalmente desistir da minha existência imortal. Eu sou um monstro preso em um quadro porquê meus genitores achavam que eu ia destroná-los, e pra minha existência você é só mais um dos mosntros que não consegue permitir que eu fique viva. Eu vivi isso tudo, de uma maneira torta, pesada, abafada em névoa e muito, muito amarga. 

E isso não migalhas; prévias do turbilhão de falta de senso de realidade que gira eternamente na minha cabeça, fazendo um liquidificador do resto de cérebro que eu tenho. 

Agora, Robin Hobb. A saga do aprendiz de assassino são apenas 3 livros, mas o universo expandido é muito maior, acho que agora com 15 livros e alguns personagens intercalados, e eu não consegui sobreviver aos 3 primeiros. A história do Fitz é incrível, mas eu li esses livros no pior momento psicológico possível, creio. Li os 3 muito rápido até, mas é uma história que não perdoa. São pouquíssimos momentos de paz pro protagonista, até as últimas páginas. E eu não consegui aceitar que ele não ficou com quem ele queria. Romance sempre foi tabu pra mim, afinal eu, desde novo, achei que ia salvar uma princesa de um dragão numa torre, e quando vi que não existem princesas a serem salvas na vida real, meu propósito ruiu, eu não sei lidar com o amor real, não sei coexistir, não aprendi a gostar. Agora as cicatrizes que restaram são fundas demais, e eu só vejo o abismo me olhando de volta. Então eu vivo "vicariamente" (porra de palavra fdp) esse romance fantasia em todas as minhas histórias, já que eu participo e respiro dentro de cada letra que eu leio. 

Pra eu não me cortar denovo com essa memória afiadíssima, saibam apenas que o protagonista depois de se perder meses numa montanha de neve pra tentar salvar o reino, consegue vencer e pensa em voltar pra casa, e quando faz isso tem a visão da mulher da sua vida na cama com seu melhor amigo já que eles acham que ele tá morto. 

Eu não tenho maturidade, não tenho vivência, não sei a peça que me falta pra poder digerir isso. Na descrição dessa cena, eu fechei o livro, e chorei tanto, chorei tanto, pensei nos meses gelados, em tudo que ele se estragou, na força que ele buscou desse relacionamento pra tentar ficar vivo, em como ele baseou a sua própria existência, na dependência dela, pra assistir de camarote tudo desabar, quando finalmente tudo poderia dar certo. Não só tropecar na linha de chegada, mas infartar e sofrer como um peixe fora dágua olhando pro objetivo, ao alcance das mãos, e ao mesmo tempo, agora inalcançável. 

A cicatriz ta na minha alma, mais uma pra coleção. E é isso, eu não tenho filtro, não sei nem como começar a conversar sobre isso, em como chegar em um consenso, analisar essa situação, não dá. é só dor, dor e dor. 

Eu nem sei mais aonde eu queria chegar com esse texto, eu acho que só precisava desabafar. Coração tá transbordando tem um tempo e nada passa. Nada e nada, denovo e denovo. 

I just wish I was


quarta-feira, 5 de março de 2025

80 days

 I still can't believe, how much time that is

I didn't suffer through all of that, mostly the endz I think 

but how can I keep this up? 80 days, to process a 4 hour interaction

a couple phrases, few words in between

in hindsight, it seems like nothing happened

but for my heart it was almost three months

of expectation, anxiety, fear, limerence

it's so hard to put that on perspective

is that the cost of rejection?

is that how much time my heart needs to throw itself on the bottom of that well, again?

I see and feel only dark

It's been a while since I've been this low

I thought, dared to think, for a while, that I wouldn't feel like this again

I was flying, didn't believe I could fly again

This rollercoaster already killed me once

I feel bad

Want it all to stop

Just let me here with my roots and water, my indifference

I want to let it go

segunda-feira, 3 de março de 2025

O sangue é espesso demais

 Eu não vou passar isso pra frente

Eu nunca vou esfregar na sua cara

o quâo inútil você foi

a dor que você me causou

quanto você custa

tudo que eu não gostaria de ter que fazer por você

seu peso

seu desconforto

o desânimo que sua existência me causa

como suas roupas me incomodam

como seu jeito de pensar me incomoda

como meus maus-tratos te moldaram, e agora você me machuca só existindo

Eu nunca vou precisar passar por isso

você não pode existir, nunca

Eu não quero fazer você sofrer

Não desse jeito, nunca desse jeito, nunca enquanto eu existir

É a menor das bênçãos

O mínimo

Não precisa me agradecer

Pode deixar que eu vou chorar bastante por você

domingo, 23 de fevereiro de 2025

Aniversário 36

 medo terror desespero gritaria generalizada caos abismo frio na barriga

a montanha russa parou de subir tem um tempo bom já, mas essa sensação constante de frio na barriga antes de começar a decida já encheu a paciência

nunca tive, sei nem o sabor

Tá vindo aí, bem rápido, e eu tô aqui, desconjuntado, não sei se pré-durante-pós depressão

Tô indo

passo a passo

Feliz aniversário, Marcelo.

domingo, 9 de fevereiro de 2025

Panegírico

Eu me assustei com os sons dos meus pés na neve. 
Uma neve seca sobre um chão duro, e um vento gélido interrompeu meus pensamentos. 
- Aonde eu...? 
Me dei por mim em meio a um horizonte infinito de branquitude e frio, o vento forçando minhas pálpebras a ficarem fechadas, o gelo ardendo meus olhos e atrapalhando minha audição. 
Em um instante pude ver um vulto, à minha esquerda, marchando com intensidade 
mas quando eu tentei segui-lo e acompanhar seus passos, esse inferno congelado me impediu 
- Espera aí, eu não consigo- 
As palavras perdiam o sentido ao sair da minha boca, eu tentava pensar pra quem eram essas palavras, quem eu estava seguindo, o porquê de estar aqui 
Ao mesmo tempo em que estas perguntas ficavam sem resposta, outras surgiam e se esvaíam 
Eu estava começando a ficar nervoso e em pânico, mas na mesma velocidade em que eu me desesperei eu me acalmei e continuei andando 
- Aqui é Gobz... 
outros vultos aparecem no meu campo de visão e desaparecem em meio a infinitude branca... 
pequenos goblins correndo, felizes, sorrindo e cantando, carregando alguém; 
uma sombra que contrasta perfeitamente com a claridade da neve, sumindo em meio a luz refletida; 
uma senhora com um sorriso morno, acena lentamente em minha direção; 
meus passos não param, não consigo deixar de me mover, minha cabeça agora procura se firmar em qualquer coisa, mas nada se fixa... 
o barulho de metal caindo no chão me tira um instante do torpor, mas quando percebo que é uma adaga, ela já está muito distante pra eu poder pegar devolta 
A quanto tempo eu estou caminhando? Horas? Meses? Anos? 
Uma minaura me oferece a mão pra eu me aninhar em seu ombro, mas eu só continuo seguindo por entre a poeira dessas visões 
Um bucaneiro falastrão chama minha atenção para flanquear os inimigos, e sorri quando eliminamos nossos adversários 
Um finntroll que parece não se importar, separa minha parte dos espólios com justiça 
Um samurai que se apegava muito á sua honra, lutando para defender a minha, que era nula 
Quem são essas pessoas? 
Porquê estas memórias parecem se despedir de mim? 
Um aperto leve no peito, a sensação quente de uma lágrima escorrendo, imediatamente interrompida pelo frio e pelo esquecimento
Uma halfling se materializa no meu caminho, seu rosto um misto de alívio e consternação 
meus passos finalmente ficam lentos, eu não escuto mais nada 
nada me abala, nada me distrai, nada me mantém 
ela pousa a mão sobre meu peito e nossas lágrimas se misturam; 
minha testa cola na dela e fechamos os nossos olhos 
eu perco o equilíbrio e espero o impacto da minha queda na neve, mas ele nunca vem 
no pó da manhã meu corpo nem chega ao chão, e se desfaz em arrependimento e rebeldia 
a única certeza que resta, é de que o inferno é pequeno demais pro que restou de mim

domingo, 19 de janeiro de 2025

Este texto é, infelizmente, repetido

 Denovo

Mais uma vez

Aconteceu denovo

Tudo dói 

Resignação é a palavra dessa vez

Não tem surpresa, não tem alternativa 

É so o que eu não queria, mas infelizmente já esperava 

Não foi dessa vez, mais uma vez, como sempre

O universo insiste em me fazer aprender

A mesma lição, repetidamente, do mesmo jeito, da mesma forma, em transe

Desista do que você quer

Desista 

A escolha é uma ilusão, o espelho sou eu

Eu fujo do seu olhar cínico, eu fujo dos seus "já sabia", me escondo do julgamento 

It's so beautiful that you tried 

But you are so tired of trying 

Exhausted 

My gears are absolutely all grinded

Gasto, apagado, desperdiçado

Sem vontade de sorrir e de cantar uma bela canção 

Quanto tempo eu vou ficar nesse buraco dessa vez

Quanto tempo eu vou mastigar esse chocolate amargo

Quanto de alma eu perdi

Denovo, mais uma vez




terça-feira, 7 de janeiro de 2025

Se ame

 Eu não lembro quando eu criei essa joça dessa playlist in a bottle do spotify, mas foi maravilhosa em várias coisas. Esse acerto de ouvir SOAD ao vivo foi o principal, mas o bilhetinho, a mensagem que eu me mandei em janeiro de 2024, pro Marcelo de janeiro de 2025, escrita com dedos trêmulos num guardanapo digital fajuto, foi essa: Se ame.


Com toda sinceridade do mundo, quando o aplicativo disse que tinha uma coisinha no fundo da garrafa, eu não fazia idéia do que seria. Supus uma playlist, alguma outra musica que sobrou, sei lá. Até aquele instante eu não me lembrava nem de ter escrito mensagem nenhuma.


Mas depois de abrir o guardanapo, e ver aqueles meus dedos trêmulos, a mensagem sobreposta, a emoção que me veio derrubou na hora. Ano passado, no geral, não foi um bom ano. E no começo deste, eu estava mais que no fundo do poço, sofrendo todas as dores, minhas e universais, tentando ainda digerir tudo que 2023 tinha feito, toda a pancadaria que rolou. Eu lembro de fazer essa playlist com a cabeça cheia de coisas, nenhuma agradável, ápice da depressão. Mas lá estava eu, pensando no futuro, coisa que eu raramente faço, e tracei, também com as lágrimas nos olhos, essa mensagem, na esperança de um futuro mais ameno, menos destrutivo. 


E cá está. Eu feliz. Eu achei que não ia viver isso denovo. Não exatamente da forma ou do jeito que eu quero, mas essas coisas não tem muito controle, não é mesmo? Elas acontecem. Meu medo é estar em mania, é estar subindo no carrinho da montanha russa pra depois tudo desabar, mas é um medo tão recluso e forçado. Eu sei como é estar respirando com um canudinho de dentro do poço da depressão, eu sei o que é sentir uma sobrevida forçada nos momentos menos piores da existência, e isso não é o que eu estou vivendo.


Vontade, auto-estima, alegria, ambição. São basicamente sentimentos novos, fazia tanto tempo que não os conhecia. Eu sei o que é rir feliz, e não rir de loucura. É desejar estar bem para o amanhã. É ter forças pra levantar da cama e querer aproveitar o dia. É não sentir vontade de sair correndo fugindo de tudo e ter preguiça ainda assim pra isso. Redescoberto, novo, vivo.


Eu realmente não achei que eu fosse viver isso denovo. Não nessa vida. Mas estou me medindo também. Não tô explodindo de sentimentalismo maluco só pra estatelar depois como sempre. Eu tô indo devagar, sentindo bem a temperatura da água, vendo onde eu coloco o pé. Ou pelo menos estou me enganando muito, muito bem. 


Se ame.

Seguimos.