quinta-feira, 17 de março de 2022

Ritmo

O coração ressoa; 

    Um tambor dentro do peito, que ecoa pelos braços podres e as pernas doloridas. A emoção que vem é mista, embolada, disforme. 

    Eu deveria saber o que é, mas não traduz, o corpo não associa, desentende 

 transborda e grita e anseia e some e desce e acorrenta e fere e volta 

Como expulsar um impulso elétrico? Como parar uma reação química? 

    A fraqueza da carne, a simplicidade do físico, a água salgada que umedece os meus cílios 
    
    É desesperador, é fútil, preenche de tristeza e pavor

As horas se vão com as batidas surdas, e a cada uma o tempo desacelera, a insensatez toma conta e agrega ao desentender 
    
    O sono se torna um vagante desconhecido, à tempos ausente do pavimento das minhas fundações 

    Vidrado no teto, de olho na hora, alterando sonhos, falhando em existir 

Em frente, mas torto e manco, ansioso e despreparado 

quase, quase parando 

persiste

ainda

Nenhum comentário:

Postar um comentário