quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Fevereiro

 Estou a algumas horas de entrar em fevereiro, meu dito mês de aniversário, e infelizmente uma nova onda de depressão bateu. Tá batendo quadrada essa, com todas as velhas sensações e vontades. Fugir de tudo, me isolar, deixar essa onda passar de alguma forma.


Em um dos meus últimos aniversários pré-pandemia, eu tive aquele dia de que ninguém lembrou do meu aniversário. E aquele dia me quebrou de uma forma tão completa, pq realmente, ninguém lembrou. Pessoas super próximas, que supostamente deveriam ter lembrado, ou que apenas me deixariam um pouco melhor de ter lembrado, nem sequer passou pela cabeça delas. E aquele dia me fez pensar muito sobre isso, sobre como a gente tem como garantido certas coisas, mas que não deveria, nem por um breve momento, manter isso como se fosse certeza. Eu parei pra pensar nos anos anteriores, e como eu havia encarado meus aniversários até então. Eu nunca liguei muito, nunca quis comemorar. Eu não sei comemorar essas coisas, e não me importo em aprender. A partir daquele aniversário então, eu virei uma chave. Parei de esperar que as pessoas lembrassem, e passei a lembrá-las eu mesmo, antes durante e depois. Eu mesmo passei a fazer questão do meu aniversário, e na verdade fazer questão com que as pessoas falassem comigo, me dessem um parabéns e pensassem em mim um pouco. 


E ali tava a chave da carência virada e resolvida, tratando a data de forma diferente, as coisas mudaram pra melhor e eu voltei a me sentir muito bem com meus aniversários, não esperando nada, mas fazendo um mínimo.


A real é que fevereiro sempre foi um mês pesado pra mim. Não gosto de usar a expressão inferno astral, mas é que é tão batida essa depressão, as coisas ruims, os desencontros. Incontáveis as vezes que já briguei em fevereiro, discussões sem sentido, erros e falta de tato, eu realmente fico insuportável e difícil de lidar durante esse período. Essa depressão de agora é apenas um alerta, e eu já vim correndo tentar botar pra fora essa sensação ruim. Eu não quero isso pra mim, eu não quero me sentir mal, não quero me isolar, não quero ficar triste. Eu aceito que tenhos várias pendências, mas estou aberto a tentar entender o pq dessa provação, nesse tempo. Eu ando sonhando com paz denovo. Que tudo se exploda em paz e tranquiilidade. Esse sonho foi incrível.


I stopped dreaming of you

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Enigma - Sadness - Part I

 Eu estou legitimamente surpreso de ter acordado hoje, e ainda levantado.


Acho que ontem foi um dos dias mais tristes que eu já tive a oportunidade de experimentar. Tristeza sem perspectiva, sem lágrimas, desesperançosa que só. Uma dor xôxa. Uma sensação de desespero míngua, impotência em alterar o rumo da situação, que se misturou com a habitual falta de vontade, e que me surpreendeu se transformando em tristeza. Cristalina mesmo. Os pensamentos ruins vieram, mas não tiveram espaço. Eu me senti tão afundado no barro que eu pulei várias etapas e só desisti. Óbvio que a pior parte se aproveitou da insônia surpresa. A insônia é uma velha amiga, mas ela não anda tão frequente. Isso me incomoda mais do que eu gostaria de admitir, se fosse a certeza da insônia, pelo menos eu poderia me preparar, mas ela vem sem avisar, em dias que eu estou cansado ou não, quando eu menos espero, quando a cabeça está fugindo da realidade no travesseiro, ela aparece e me furta todo o descanso. Entra o redemoinho de todas piores experiências da minha vivência, a vontade de dormir, o cansaço, o cérebro parcialmente desligado, mas o corpo não apaga. O desconforto lento de todas as posições na cama, a percepção de cada pequena sensação do corpo deitado, a respiração torta, o nariz entupido, os olhos cerrados com uma força descomunal. O desdém pela vida. Acho que levantei apenas por conta da minha maldição que acabei de lembrar. Eu só posso ter boas segundas feiras. É uma excelente maldição, inegável. FIco torcendo pra ela durar pra sempre. Ontem foi difícil. 

terça-feira, 16 de janeiro de 2024

Eye of the storm

 I am looking into the sink, the water slowly fading away, muddy black water, bloodied and disgusting.

My tears are bitter and burn my eyes.

What should I do? What should I have done? This pain is nothing. I can just heal and forget, but my heart, these feelings, its like they will never go away. Will I be able to just forget? How can I start thinking of forgetting this? This is so much of me, such a huge part of my whole being. Its like killing a bigger part of myself then I am able to. I cannot survive this. Will not.

You can and you already did survive more than this. Its recent, it hurts, you are unable to distract your mind, you are only thinking of the blood you are seeing, not the blood that will come. Staying like this will be so much worse, you have no idea how much hurt is in store for you.

I look into the mirror and my bloodshot eyes leer at me; I shudder with disgust. How could I let myself get this low? How, for a second, could I think things would be different? How?

I start crying, again. Ugly sobs, and my body contorts and I can't hold myself straight. I double over in pain and spit a blob of fresh blood on the sink.

This is consequence. Comeuppance. You had your reasons, you believed something different would happen, you tried, and its so, SO beautiful that you tried, you were not afraid to get hurt again, you had the courage that I never thought you would have, again. That is what is important and what you should remember from this. This took heart. You have a heart. Still do. 

My heart screams. Never again, never again, never again. The pain is escalating quickly and my thoughts grow darker by the second. Am I that needy? Am I that desperate? Am I just willing to destroy myself on behalf of what? Dreams? Figments of my imagination? Delirious feverous wishful thinking? Am I crazy? What is the toll of this absurd madness?

Rest, my friend. Do not think of this. Rest. Sleep. Cry your eyes out. This is but the worst part, the beginning. You will grow out of this. It will pass. Believe this pain. Know that it marks you, as one of the living. One of the brave. One of the persistent. You have not given up yet. You hurt because you care.

I stayed down. My sobs eventually died down. My split mind finally found comfort in nothing. I decided not to hurt myself anymore. Some time passed. I got up. I cleaned myself on the sink again. The foul stench was almost gone. The rough edges of my hand were clean. My tears were not burning anymore. 

I tried. I failed. I was not aware of what I wanted, again. I could do more. I will do more next time. I will be more certain. I will me more incisive. I will be more whole. I stay broken, but I will glue myself. 

As my thoughts stopped hurting, I moved to the bedroom. I changed clothes. I got comfortable and laid down on my bed. I bawled my eyes out, until I could not cry anymore. Until it felt good. My resolve was not clear, but was there; Let it go, but don't give up.

And I slept. 


I dreamt of your naked back again.