quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Desabafos Resolutos nº---

Acho que dentro de mim, eu sempre soube. 

Sempre soube que seria capaz de mais, de realizar algo grande. 

 Mas para que isso fosse feito, eu precisava de um motivo. De uma razão. Algo pelo qual valesse a pena lutar. 

Mas, o que, neste mundo vazio, habitado por seres arrogantes e egoístas, me despertaria tal sentimento? 

 Hoje, sei que fico pasmo com a vasta gama de possibilidades. Sentimentos e emoções que são incrivelmente amplos e completos, que conseguem saciar perfeitamente essa sede. 

 Mas mesmo assim, como parte deste grupo de parasitas, me sinto obrigado a não me sentir saciado. Sempre há de faltar algo, lá no fundo, aonde o amor e a alegria da vida não conseguem penetrar. Este lugar, neutro por natureza, sem tendências, sem medo, sem nada. 

Ele existe para provar tudo o que pode ser oferecido neste mundo. 

 E foi vagando por este vale, onde cruéis Deuses me habitam, onde encontrei você. Por quê, logo dentro de mim, em um lugar tão desolado, encontrei-me com a única coisa que pode me derrotar? 

 Meu escudo poderia te proteger das maiores atrocidades deste universo, das maiores dores, da maior solidão. Um fiél fantoche, pronto para servir e ser reconhecido como tal. Sem honra, sem orgulho. A minha vida pela sua. 

 Mas para quê possuir tamanho poder, se contra teu olhar ele não me vale? Com o negar dos seus lábios me jogo a um abismo infinito de dor desconhecida, de emoções que renego. Despertam dentro de mim vozes e objetos que preferia inexistir a conviver. 

Mas resisto, pois ainda te vejo em qualquer lugar. As revoluções que causa em mim são tantas, que mau me enxergo. "Cego de emoções, esqueci o que era voar." Esqueci o que era proteger. Sem você lá, para que serve meu escudo? Meu brasão? Meu coração? meu amor? Abandonado em meio a um deserto árido, vago. 

Só. 

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